segunda-feira, 23 de março de 2009

I don't know

Natasha voltou da escola. Não acreditava que havia ficado de recuperação em artes. O ano anterior já havia sido tão complicado para ela... Sua avó materna havia morrido, sua avó paterna havia operado o coração, seus pais haviam entrado em depressão e ela foi “na onda” deles e quase repetiu de ano, mas, como ela costuma fazer um pedido em toda a virada de ano, dessa vez ela pediu para que em 2006 ela conhecesse alguém especial, que botasse a sua vida de ponta à cabeça. Mas de 2006 já haviam se passado 9 meses e ninguém havia aparecido para ajudá- la. Porém, naquele dia, quando ela chegou da escola, ela foi correndo pro computador fazer uma pesquisa e aproveitou para ouvir um pouco de música e dar uma olhadinha no Orkut. Enquanto ela via os recados, justamente quanto acabara de tocar a parte de “Lágrimas e Chuva”: “Será que existe alguém ou algum motivo importante, que justifique a vida ao menos nesse instante?”, achou um diferente em meio a tantos spams, que vinha de um senhor com uma foto em Penny Lane. Achou estranho, e logo pensou que fosse um desses pedófilos dos quais o Orkut está cheio, principalmente com o recado que ele havia enviado: “Seu rosto é muito bonito: Olhos, face, nariz, lábios e alma.” Ele também havia adicionado ela como amiga. Ela foi ver o perfil dele: Francisco C., 60 anos. Viu as fotos, tinha várias dele com a mulher na Europa e em Gramado. Natasha que ele tinha uma comunidade em comum, “Beatles Brasil” e que ele tinha menos que 10 amigos e um único depoimento: da filha dele. Resolveu aceitar o convite do Orkut. Quem sabe ele não era quem ela procurava?

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